Lançado há quase três meses, o Patrulha Maria da Penha contabiliza bons resultados, entre os dias 5 de agosto e 15 de outubro, os 190 policiais militares que atuam diariamente em 42 unidades da PM, em todo o estado, já alcançaram números promissores: 1.161 fiscalizações de medidas protetivas; 642 visitas de acompanhamento e assistência à mulher vítima de violência; e 11 prisões de agressores.
Há 19 anos na PM, a major Cláudia Moraes, de 45, que tem mestrado em Ciências Socais e especialização em Gênero e Direito pela Escola de Magistratura, diz que é preciso quebrar o mito de que em briga de marido e mulher não se mete a colher.
Segundo ela, a cada 20 minutos, no estado, é deferida uma medida protetiva à mulher. Apesar de alto, o número de medidas não reflete a quantidade de mulheres agredidas.
“Muitas vezes, a mulher está numa situação que não consegue pedir ajuda, então, vai ser o vizinho que vai chamar à PM, meter a colher, como a gente fala”, ponderou a major.

A lei contra violência doméstica ganhou o nome da biofarmacêutica cearense Maria da Penha Maia, agredida várias vezes pelo marido, que ficou paraplégica após levar um tiro dele enquanto dormia, em maio de 1983.
Uma vez atendida pela Patrulha Maria da Penha, a mulher recebe um plano de segurança traçado pelos policiais militares de acordo com a história dela. Na ponta do atendimento, os PMs – que são voluntários do programa – têm conquistado a confiança das mulheres, que, muitas vezes, sofriam caladas por constrangimento.
São dezenas de mensagens enviadas pelas mulheres atendidas aos policiais. Muitos são chamados de “anjos” por grande parte das assistidas. Em uma dessas mensagens, a mulher agradeceu ao trabalho: “Muito obrigada pela proteção. Me senti segura com vocês”.
Para a major Cláudia, o sucesso do programa é que o autor não reincida: “Que ele não procure essa mulher e não agrida novamente, mas, se isso acontecer, ele será preso”.


